31 de janeiro de 2010

Profissionalidades

"As ideias de descentralização e de modernização que têm pautado o discurso em torno das reformas educativas impregnaram as subjectividades dos professores, misturando-se com uma mentalidade centralista e burocrática que se mantém fortemente enraizada. Ora, essa mistura tem causado uma espécie de esquizofrenia organizacional e profissional: a ideia de mudança surge associada aos valores da produtividade, competitividade, qualidade etc., mas os professores, os gestores escolares e outros actores educativos continuam a agir em moldes centralistas e burocráticos.
Nesse cenário, tem-se difundido a crença de que as “boas práticas” dos professores – assim como a sua produtividade e competitividade, ou, por outras palavras, o seu desempenho – são aferidas a partir da “qualidade” dos documentos que elaboram, como os referidos anteriormente, e não tanto a partir do trabalho que desenvolvem quotidianamente com
os alunos. É, no entanto, pelo questionamento e pela superação dessas lógicas instaladas, concebendo a formação contínua de professores como educação de adultos e, como tal, assente em princípios participativos, democráticos e emancipatórios, na sua dupla dimensão individual e colectiva, que podem ser resgatados o sentido e a utilidade da formação para a acção educativa".

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