26 de março de 2009

Cidade aeroportuária na margem Sul do Tejo

"O Governo prepara-se para anunciar a cidade aeroportuária do Arco Ribeirinho Sul. Um projecto de grande envergadura que vai nascer em antigos terrenos industriais cheios de resíduos perigoso.

Hidrocarbonetos, metais vários, cianetos, amónio, benzeno – a lista estende-se ainda por mais uns quantos símbolos químicos de substâncias perigosas e altamente poluentes. E estão descritas num estudo da consultora FBO, a que o SOL teve acesso, sobre a qualidade dos terrenos da antiga Siderurgia Nacional, na margem sul do Tejo.

A contaminação chega às águas subterrâneas, segundo este estudo de 2003 – o último levantamento independente feito à zona – que identificou cerca de 1.350 milhões de toneladas de resíduos acumulados naqueles terrenos, em particular nos que são referidos como «Vazadouro III».

É precisamente aqui que está previsto construir uma parte da nova área residencial «para casais jovens e de meia-idade», integrada no novo megaprojecto do Governo para o Arco Ribeirinho Sul – uma 'megapolis' que abrange os cerca de mil hectares das antigas zonas industrias do Seixal, Barreiro e Almada, e que constituirá a futura cidade aeroportuária.

Entretanto, as empresas públicas que gerem estes terrenos decidiram lançar, entre Dezembro e Janeiro, concursos públicos para novos estudos, nomeadamente para a «caracterização do estado de contaminação dos solos e águas subterrâneas e avaliação do risco para os territórios» da Siderurgia Nacional e da Quimiparque.

Mesmo com esses concursos ainda a decorrer, o ministro do Ambiente, Nunes Correia, anunciou que «o processo de descontaminação já arrancou no papel» – isto por estarem a ser analisadas duas candidaturas a verbas comunitárias para esse efeito: uma de 14,3 milhões de euros, para os terrenos da Quimiparque, e outra de 38,5 milhões, para os da Siderurgia"

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