18 de dezembro de 2008

Ser professor em Portugal

Quase 75% dos professores trocavam de profissão se pudessem

Quase 75 por cento dos professores mudavam de profissão se tivessem alternativa e 81 por cento admitem que, se pudessem, pediam a aposentação, mesmo com penalizações, segundo um inquérito a mais de mil docentes que será apresentado hoje. (Lusa/SOL)
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Creio que este estado de espírito docente tem sobretudo a ver com a situação que actualmente se atravessa em termos de Educação: o mesmo inquérito feito há uns meses atrás daria, creio eu, números bastante diferentes. Pessoalmente, e apesar da grande insatisfação acerca desta política educativa que tem sido seguida e de todas as vicissitudes da profissão, ainda continuo a gostar de ser professor. E felizmente que os meus alunos percebem isso, depois da avaliação que fizeram às aulas de Geografia do 1º período. Ao menos isso dá-me algum consolo: saber que os meus alunos reconhecem o gosto que tenho em estar na sala de aula com eles. É certo que nem sempre o reconhecimento se faz da melhor maneira mas isso são aspectos para reflectirmos em conjunto. Eu e eles.

O futuro não se afigura melhor mas acredito que haverá algum responsável ministerial que se proponha a melhorar a situação, devolvendo às escolas a autonomia necessária para porem em prática aquilo que consideram mais útil para os seus alunos. Para tal será necessário que o Ministério da Educação (todos os que virão porque o actual já não existe) se dispam da tentação centralizadora e controleira que sempre têm e conheçam de facto o quotidiano de uma escola e de uma sala de aula. Só então teremos reais condições para progredir. Responsabilizando todos, e não apenas quem está na base da pirâmide e apenas se limita a cumprir as ordens e orientações dos sucessivos titulares da pasta educativa, que apenas se limitam a desfazer o que anteriores realizaram, mal ou bem. Sem ao menos avaliar essas realizações de forma séria.

Haja esperança, ao menos.

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