21 de novembro de 2011

E tenho pena de não poder citar Ratzel na língua original….

E tenho pena de não poder citar Ratzel na língua original….
 
O que é a corografia? Era uma das 20 questões que, há poucas semanas um Geógrafo, colocava na Revista Visão. Quem se lembraria disso…. Pois nem corretor ortográfico do Windows reconhece a palavra… Mas os Geógrafos sabem e sabem-no desde a Antiguidade, quando os primeiros “cientistas” estudavam diferentes áreas do saber, como a Matemática, a Geografia,  a Astronomia, a História e a Filosofia, entre outras. Porque a ciência é feita por homens, logo tudo o que diz respeito ao  Homem, ao meio onde vive, aos artefactos que produz, à sua constituição física e fisiológica, à sua mente, ou à forma e às razões como se organiza (financeiramente, espacialmente, socialmente…) fazem parte do conhecimento científico. 

Qual é mais importante?
 
O que é mais estruturante? Saber as leis da  atração universal  ou saber  os princípios  de organização do espaço? Qualquer cientista de cada uma das áreas defenderá a sua disciplina, o seu saber. Mas para quem é leigo nessas matérias, provavelmente, gostaria antes de saber como poderiam as duas servir para criar um conhecimento mais integrador, mais completo e porventura mais eficaz. Por isso, quando se fala em disciplinas estruturantes ou não  estruturantes …nada disso tem sentido, o que tem sentido é ter conhecimento e conhecimentos estruturantes. 

Que me digam que os programas do ensino básico e secundário, estão desadaptados, são incongruentes, repetitivos e pouco estruturantes, aceito e aclamo. Agora que se pretenda que há ciência e  línguas de  primeira de segunda e de terceira categoria, já não aceito nem subscrevo. Num mundo, e em particular num país em crise, pode-se cortar em tudo, excepto na educação e penso que é nestes momentos de crise, como aliás, sempre, neste caso a História que nos diga, que surgem as oportunidades para fazer as mudanças “estruturais” que vão originar o conhecimento “estruturante”. A oportunidade é única (quer dizer, em Portugal não é tão única quanto isso, pois passámos mais de 800 anos em crise, que  parece ser
sistemática, sistémica e talvez mesmo estruturante!).
 
Tem de haver mudanças, mas as mudanças têm de ser de paradigma e não de corte e cola ou de como dizia a minha avó quando aprendia a fazer renda, “põe-se aqui tira-se ali,  fica além roto”. Os cortes nas disciplinas não estruturantes vão fazer isso. O futuro vai ficar muito, muito roto.

Se se quer fazer alguma coisa, junte-se todos os “cientistas”, em pé de igualdade, sentem-nos à mesma mesa e obriguem-nos objectivamente a decidir o que é estruturante, com cedências e contributos de todos.
É difícil, mas quem disse que o conhecimento e o entendimento são fáceis? Mas não se escudem na crise, para atabalhoadamente, cortar a eito sem saber por onde, como aliás tem sido norma dos últimos anos. Para uns todos os professores são maus e não servem para nada, para outros há os de 1ª (coloco estes em numeração árabe) e os de segunda (e os outros, por extenso).

Qual a língua em que se expressou, e quem foi Ratzel?  Pergunte a um Geógrafo!
 

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